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Archive for the ‘Realista’ Category

Por
Breno “Lobo Branco” Brito

– E então? – perguntou com a voz manhosa e sussurrante

– E então o que?! – respondeu como se tivesse tomado o maior susto com a pergunta. Não imaginaria aquilo nunca, pelo menos não ali, assim, na frente de todos.

– A gente não vaaaai? – inquiriu novamente. Sua voz saia arrastada, preguiçosa, manhosa como um gato se espreguiçando.

– Aqui? Assim? – a surpresa no tom de resposta era palpável. Um misto de medo e excitação. – Não é perigoso?

– Hummm – os olhos, grandes e amendoados, focavam nele, piscando algumas vezes. Aqueles longos cílios eram capazes de prenderem uma borboleta entre eles. Longos e brilhantes. Longos, brilhantes e cativantes. Capazes de fazer você entender o porquê alguns animais se atraem idiotamente para a boca de animais maiores. – Se você não quer, então deixa para lá.

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Por Breno “Lobo Branco” Brito

Historias tendem a ter um inicio meio e fim, pelo menos a maioria das boas. Algumas não têm algum desses pontos, porém, não deixam de ser boas historias. Outras têm as três coisas e nem por isso deixam de ser historias ruins. Irei contar uma com dois inícios, porém com um único fim. Algo sobre paixão, perda e dor. Algo que está na cabeça e no coração de muitos como eu, e muitos diferentes.

Tudo começa, pela primeira vez, com Denílson, jovem morador de bairro humilde. Garoto direito, apesar de não estudar. Viciado em empinar arraia, jogar gude e principalmente pegar o “baba”. Negro, sem educação de qualidade ou oportunidade real, com sorte vira jogador de futebol, pelo menos é assim que ele pensa para justificar esse seu vício.

Bem, quem não é viciado nisso ou naquilo?

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O Último Duelo

Por Breno”Lobo Branco” Brito

Ele sorriu, mais por nervosismo do que por achar aquela situação agradável. Seus passos firmes mal revelavam o nervosismo crescente, transparente em suas mãos inquietas. O gorjear das aves próximas ou o barulho irritante dos insetos eram mudos a ele.

Caminhou até próximo de outros dois homens, envoltos em grossas capas de couro com capuz, a fim de protegerem-se da fina chuva que caia. Seus olhos úmidos caíram sobre o horizonte, vendo o inicio do arco solar despontar atrás das serras e picos. Olhou para seus pés, para a grama alta que o cercava. Começou a enrolar freneticamente o fino bigode entre os dedos, enquanto seus olhos procuravam por alguma distração nas proximidades. Viu uma mosca presa em uma teia fabulosa, em um graveto próximo. Suou frio, ao ver a aranha injetando seu veneno no animal prisioneiro, podia jurar que sentia a dor do inseto, como podia ouvir o sorriso sádico do aracnídeo.

Balançou a cabeça, começando a caminhar em círculos. Os homens encapuzados voltaram sua atenção a ele, sorriram entre si.

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